A primeira vez que tive o prazer de vê o quadro “A praça”, pensei que o autor havia trocado o título, pois olhando atentamente, o que se destaca é a figura de um homem sentado no chão. Sobre esse tema, tive a oportunidade de conversar com o próprio autor. Ele diz:
__Estava em uma praça em Duque de Caxias, uma praça muito bonita, recém-reformada pela prefeitura. Lá havia muita gente. Crianças, mulheres, estudantes e idosos. Brincavam, falavam e jogavam, parecia uma festividade à vida. Junto ao poste, perto de uma lixeira com poucos dias de uso, um homem aparentemente novo, cabelos grandes emaranhados, sujo, sentado no chão, brincava com as próprias mãos, como se as tivesse descoberto naquele exato momento. Era um grande contraste. Uma pequena tese sociológica. Ninguém se importava com o mendigo, era como ele fizesse parte da paisagem urbana, colocado ali, esteticamente, para quem sabe suscitar em algum cristão, noções antigas de solidariedade.
Fiquei olhando aquele pobre homem esquecido e desprezado por todos... Assim nasceu o quadro “A praça”.

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